Gravei a palestra em vídeo, mas como o auditório estava super cheio (ainda bem!) a filmagem não ficou legal :-(! Vou tentar salvar pelo menos o áudio e publico um podCast!
Slides:
Algumas fotos da minha palestra e do espaço da Globo.com no evento:
Gravei a palestra em vídeo, mas como o auditório estava super cheio (ainda bem!) a filmagem não ficou legal :-(! Vou tentar salvar pelo menos o áudio e publico um podCast!
Slides:
Algumas fotos da minha palestra e do espaço da Globo.com no evento:
Recebi o Juan Bernabó na Globo.com, para dar uma volta no nosso ambiente de desenvolvimento. O Juan se surpreendeu com um indicador que temos usado há algum tempo para gerir os riscos do planejamento (ou da falta dele), o Backlog Ready. Esse indicador foi criado dentro da Globo.com, pelo Danilo Bardusco, e não estava documentado em lugar nenhum fora da Globo.com – então espero que esse post sirva para esse propósito.
Um problema comum em organizações ágeis é o fenômeno de esvaziamento do product backlog. Isso pode acontecer porque o PO entrou de férias, licença médica, ou porque o mesmo estava muito ocupado fazendo outras coisas (esse é um sintoma de um outro problema, assunto para outro post!). Quando isso acontece, o time normalmente fica ‘faminto’ por histórias. Vão para o planning sem histórias definidas, e o processo de planning fica realmente sofrido.
Além disso, é saudável que o time conheça o seu terreno alguns sprints à frente – mesmo que o backlog mude. Evita o FUD (fear, uncertainty & doubt – medo, incertezas e dúvidas) que normalente se instala quando o time não conhece o seu futuro de curto prazo, minando a motivação e o ambiente de trabalho.
Há algum tempo atrás, o Serge Beaumont criou o conceito de READY, em conjunto com o Jeff Sutherland. É basicamente um checklist que serve para identificar itens de backlog que estão prontos para entrarem no sprint. O Serge criou esse conceito para garantir que as histórias que vão para o sprint planning tiveram três perguntas respondidas: Why? (porque), What? (o que) e How? (como), e além disso são pequenas o suficiente e foram estimadas. Nas palavras dele:
READY is when the team says: ‘Ah, we get it’ ”. […] In the end a User Story is READY if a team can implement it, and a Product Owner can prioritize it.
Baseado nessa definição, é possível criar o nosso próprio conceito de READY. Na Globo.com, uma história está READY quando:
O objetivo é garantir o entendimento das histórias pelo time. Na definição do Serge, qualquer item de backlog que não se encaixa nessas características não é faz parte do Product Backlog – e sim de um Product Parking Lot, pois está esperando que time em conjunto com o PO terminem de entender e discutir a história. Esse conceito foi criado como um complemento da Definition of Done.
Eu estou sempre preocupado com o custo de coleta das métricas. É preciso ser o mais pragmático e crítico possível em relação à métricas, pois uma relação custo x benefício ruim pode minar completamente o propósito de uma medição – além de que os números podem ser manipulados (gamed).
Esta métrica tem um custo de coleta baixíssimo: é só contar a quantidade de pontos que estão no seu backlog no antes do planning de cada sprint (pois inclusive as histórias que vão para o Sprint Backlog ainda são backlog, pois ainda não foram entregues), registrar esse número, e seguir em frente. Tem o custo de alguns segundos de atenção ao quadro.
O backlog ready está acoplado à velocidade do time, então para que o mesmo funcione direito, você também precisa medir a velocidade do seu time. A velocidade do time é determinada pela média aritimética dos pontos entregues nos 3 últimos sprints. É uma métrica básica do Scrum, que você inclusive já deve coletar.
Por exemplo:
Sprint n: entregamos 43 pontos
Sprint n+1: entregamos 30 pontos
Sprint n+2: entregamos 45 pontos
Sua velocidade no Sprint n+2 será:
(43 + 30 + 45) / 3 = 39 pontos (desprezando os decimais).
O gráfico de velocidade desse time ficaria assim:
Considere que antes do planning de cada sprint, esse era o status do backlog desse time:
pré-Sprint n: 150 pontos
pré-Sprint n+1: 107 pontos
pré-Sprint n+2: 77 pontos
O Backlog READY é um indicador numérico, com uma escala percentual de 0% a 100%, indicando o volume de histórias que estão prontas para entrar no Sprint Backlog e serem desenvolvidas, onde:
Toda vez que o indicador está abaixo de 100%, é um sinal que o buffer de segurança está esvaziando e em breve o time pode ficar faminto, sem histórias para trabalhar. Hora de crescer o backlog!
Na Globo.com, convencionamos que 100% é o equivalente a 3 vezes a velocidade do time, ou seja, temos histórias bem escritas e conhecidas pelo time, suficientes para alimentar 3 Sprints. Menos que isso costuma gerar falta de visão de curto prazo, enquanto que mais do que isso costuma gerar desperdício e re-trabalho pelas mudanças inerentes ao negócio.
Portanto, é válido analisar o contexto do seu negócio e descobrir o número ótimo para o seu caso, de acordo com a sua realidade de planejamento, disponibilidade do PO, envolvimento do cliente etc.
A equação para cálculo desse indicador é:
A fórmula acima definida é a que utilizamos na Globo.com. O número 3 destacado é o que define os três Sprints que convencionamos, e que define o mínimo do nosso backlog ready. Para o time utilizado no exemplo acima, essa seria a evolução do seu backlog ready:
No exemplo acima, o backlog ainda estava num nível aceitável no Sprint 2, porém no Sprint 3 ele precisa ser urgentemente trabalhado.
Cuidado! Eu tenho quatro guias gerais a respeito de métricas que gostaria de compartilhar:
Uma forma simples de utilizar esse número é criar um sistema pull de manutenção de backlog. Nos times em que trabalhei, uma reunião de estimativa era disparada sempre que o número de backlog ready caia para abaixo de 90%.
E foi dessa forma que a métrica foi criada, e é assim que a utilizamos na Globo.com. Espero que seja útil para você também! Qualquer dúvida/sugestão ou comentário, por favor faça abaixo.
Finalmente consegui organizar o post inteiro. Agora está completo, com vídeo, slides e fotos. A palestra foi ministrada no dia 25/11/2011 no Agilidade na Prática/Agile Tour Recife 2011, no auditório do Porto Digital:
Começando com o vídeo:
Slides:
E por fim, fotos da palestra 🙂
Na última segunda, 05/09, Palestrei no 4o Encontro Pernambucano de Gerenciamento de Projetos. Na minha palestra, falei sobre o que realmente importa em desenvolvimento ágil, como lidamos com as incertezas e porque vivemos numa ilusão quando achamos que temos controle das coisas. A palestra foi gravada, e o vídeo está abaixo:
Os slides já estão no slideshare:
O título da minha palestra será ‘Abraçe as incertezas: A Ilusão do Controle no Mundo Ágil’, falarei um pouco sobre o que realmente importa na gestão de projetos ágeis. A organização do evento me autorizou a gravar a palestra, então ela estará aqui no blog no mais tardar até quarta-feira, e os slides, no slideshare, como sempre!
Site do evento: http://www.scarduatec.com.br/pmipe2011/
Divulgação na mídia: http://ubas.us/qtVcxH